Buscapé

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Prédios escondem memórias de SP

Este artigo eu encontrei no site o "Estadão"...

Por Valéria França

O crescimento desorganizado e a constante mudança do cenário urbano eliminaram referências importantes da história de São Paulo. Quem poderia imaginar, por exemplo, que a Igreja de Nossa Senhora dos Aflitos, uma pequena capela, escondida num beco que sai da Rua dos Estudantes, na Liberdade, no centro, foi um dia parte do primeiro cemitério paulistano, fundado em 1775. Mais ainda: que os prédios construídos ao seu redor surgiram no lugar de covas de escravos, de condenados à forca - sim havia pena de morte na época -, de vítimas de doenças contagiosas, como varíola."Boa parte da memória de cidade está soterrada", diz o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), da Universidade de São Paulo (USP), que há sete meses integra a equipe que estuda as múmias do Mosteiro da Luz, também no centro. O grupo de estudiosos chegou lá por causa dos cupins, que ameaçavam o prédio. E eles levaram a equipe até um cemitério canônico desconhecido. Hoje a análise desse material faz parte de um projeto que vai muito além do mosteiro. "O plano é vasculhar os registro de todos cemitérios religiosos que sumiram da paisagem, mas que podem contar muito sobre São Paulo. Quando for possível, faremos como em Roma, escavaremos."No centro, há muitas igrejas que mudaram de lugar para dar espaço a novas construções, caso da Igreja Nossa Senhora dos Remédios, antes localizada no Largo João Mendes (antigo Largo de São Gonçalo), onde mais tarde surgiu o Fórum Central Cível. Demolida em 1942, ela foi transferida para o Rua Tenente Azevedo, no Cambuci.A Igreja do Carmo também não resistiu no local de origem. Em 1927, ela recebeu torres projetadas pelo escritório de Ramos de Azevedo, mas, no ano seguinte, o governo do Estado desapropriou e demoliu a construção religiosa, abrindo caminho para a Avenida Rangel Pestana, para ligar o centro à zona leste. A Ordem dos Carmelitas chegou ao Brasil em 1580, com a missão de fundar conventos em várias regiões do Brasil. Doze anos mais tarde, o frei Antônio de São Paulo Pinheiro fundou a Igreja do Carmo de São Paulo, em terras que ficavam na várzea do Tamanduateí, doadas por Brás Cubas, explorador português fundador da Vila de Santos e governador da Capitania de São Vicente. Em 1596, levantaram o convento das carmelitas. A Igreja São Pedro sumiu de vez, dando lugar ao prédio da Caixa Econômica Federal. Já a antiga Igreja da Sé foi substituída pela atual Catedral da Sé. Segundo os registro da época, São Pedro e Sé eram quase vizinhas. Sua extinção veio com o processo de expansão do centro, no século 16, quando o Largo da Sé deu origem à atual Praça da Sé. "Há notícias de que naquela região existiam quatro igrejas muito próximas, mas não sabemos a localização certa", diz Silva. A abertura dos carneiros (espécie de gavetas mortuárias) das irmãs concepcionistas, do Mosteiro da Luz, deram noção do quanto é possível recuperar uma história. Os fósseis podem confirmar ou desmentir registros históricos que constroem a memória de uma época." Em 1948, por exemplo, durante as fundações de um prédio na altura do número 470 da Rua São Bento, foi encontrada uma ossada humana. Arquivadas pela Serviço de Identificação do Laboratório de Antropologia de São Paulo, as fotos desse material nunca foram publicadas e fazem parte de um acervo interno ao qual a população não tem acesso. "Foi a partir desse achado que os especialistas conseguiram a exata localização da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que também tinha um cemitério, como toda as igrejas antigas", diz Silva. Fundada em 1725, a capela da irmandade foi desapropriada em 1903. Com o dinheiro recebido do governo, os religiosos construíram a igreja que fica no atual Largo do Paiçandu.

HOSPÍCIO

No início da história da cidade, não havia cemitérios, apenas aqueles construídos pelas igrejas, onde eram enterrados os religiosos e figuras importantes da sociedade. O Mosteiro da Luz chegou a abrigar o Cemitério dos Alemães e dos Protestantes, transferidos mais tarde para o da Consolação. Em 1828, a Câmara Municipal proibiu os enterros em igrejas. Mas, durante muitos anos, essa prática ainda foi mantida. O levantamento de registros de óbitos levam a outras instituições importantes, que também sumiram do mapa. É o caso do Hospício dos Alienados, que ficava na então Estrada da Mooca com Rua Tabatinguera, na zona leste. Ali, em 27 de junho de 1871 faleceu Paulo Emílio de Salles, conhecido como o poeta Paulo Eiró, de meningite, aos 36 anos. O poeta nasceu na Vila de Santo Amaro e foi internado na instituição pelo pai, em 1866, depois de ter interrompido uma missa e quebrado um crucifixo. Antes, bem próximo ao hospício, na Rua das Flores, travessa da Rua Tabatinguera, funcionou o primeiro asilo do Brasil, este aberto pela Santa Casa da Misericórdia. Com caráter provisório, funcionou de 1836 a 1848, para recolher isoladamente os insanos. Segundo os registros do hospital, dois padres e uma mulher inauguraram o lugar. A irmandade também foi responsável pela Casa dos Lázaros, conhecido como Lazareto, destinado ao tratamentos de pessoas com hanseníase (na época, ainda chamados de leprosos), na região da Luz. Funcionava onde mais tarde foi construído o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, na Rua da Cantareira.Na área da saúde e assistência social, a Santa Casa de Misericórdia foi instituição fundamental na história da cidade. Inicialmente, em 1825, funcionou na sede da Chácara dos Ingleses. Ficava no Caminho da Glória, terreno limitado pelo Largo 7 de Setembro, Córrego Lava Pés e Rio Tamanduateí. Apesar das modificações estruturais, a casa logo ficou pequena e a instituição começou uma campanha por uma nova sede. Mais de duas décadas depois, em 1840, na esquina da Rua da Glória com a Rua dos Estudantes, foi inaugurado o hospital, que mais tarde deu lugar ao Externato São José.

POETAS

E a antiga sede da chácara, que havia abrigado a Santa Casa - uma construção rara para a época, de dois andares, com cavalariça e cozinha - , se transformou numa república de estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Lá, viveram, por exemplo, os poetas Bernardo Guimarães e Álvares de Azevedo, que chegou a escrever sobre a república e os arredores. "Defronte ficava o cemitério (dos Aflitos) e, ao lado, um casarão em ruínas. É para desgostar um homem, toda a sua vida ver ruínas." Segundo o poeta romântico, a região era um descampado, iluminado por lampiões. "Iluminavam pouco, com maus pavios alimentados com azeite ruim, às vezes de mamona, outras de peixe e pendurados nas paredes dos edifícios."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Lula "Brinca" com a crise financeira!

O FHC disse tudo !!

Encontrei o Seguinte artigo no portal do Estadão:
FHC acusa governo brasileiro de "brincar de Polyana" com crise financeira

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça-feira que o PSDB vai cobrar uma atitude de responsabilidade por parte do governo brasileiro com relação à crise financeira internacional. Segundo FHC, o governo adota uma postura de Polyana ao minimizar os efeitos na economia nacional --a expressão que representa otimismo e certa ingenuidade faz referência à personagem que sempre vê o lado bom das coisas.

"Vamos cobrar do governo que deixe de brincar de Polyana, dizer que está tudo bem. Não pode continuar dizendo que está tudo bem. Hoje mesmo o diretor do Fundo Monetário dá uma declaração dizendo que a crise apenas começou. Não é possível manter uma postura de alheamento só com o propósito de anestesiar o povo", afirmou
O ex-presidente afirmou que não é sua intenção fazer especulações sobre o momento atual da economia, mas que o seu partido vai cobrar mais detalhes sobre medidas tomadas pelo governo federal para conter a crise. "Queremos apenas saber com mais detalhes porque se tomam certas medidas, precisamos debater essas medidas para defender com mais empenho o interesse popular."
A declaração de FHC foi feita durante ato do PSDB que oficializou o apoio do partido ao prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM), que tenta a reeleição.
O ex-presidente ainda lembrou que durante sua gestão criou o Proer --programa de socorro a instituições financeiras realizado em 1995--, que agora é reconhecido internacionalmente como uma boa solução para resolver crises financeiras. "Os Estados Unidos tiveram a oportunidade de fazer um Proer. Não fizeram. Fizeram um sistema muito mais confuso, muito menos nítido", disse.


Sem contar que cada dia o Lula desmente uma declaração dele mesmo nos jornais, é uma verdadeira confusão. Primeiro ele aparece dizendo que a crise não chegará ao Brasil, no dia seguinte ele diz que chegará mas não vai afetar, depois dis que vai afetar só um pouquinho... mas até agora ninguém ouviu falar em redução nas contas do governo, mais responsabilidade fiscal, se é que ele sabe o que é isso.
Pior é ouvir que a as empresas brasileiras que possuem investiemento no exterior e perderam dinheiro com a valorização do dólar frente ao real estavam especulando contra o Brasil, isso não é papel de um líder éssa é a prova de que este governo é extremamente populista!

Só espero que a oposição realmente faça algo, porque até hoje parece que nem existe oposição!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Câmara de SP aprova 91% de projetos irrelevantes, diz ONG

Nós já sabemos que nossos políticos são caros demais e nem são tão úteis assim, mais li um artigo no portal ESTADÃO, que me revoltou muito...

A questão é que mais de 91% da atividade dos vereadores de São Paulo é irrelevante para a cidade!

Segundo a ONG Transparência Brasil na Câmara temos 55 vereadores e tem um orçamento de R$ 310 milhões por ano, isso dá R$ 5,64 milhões por cabeça. É a maior Câmara municipal de todo o País.

A ONG que fiscaliza o poder público pegou 3.021 projetos entre os anos de 2005 a 2008 e verificou que 1.202 propostas, ou quase 40% do total, eram sobre assuntos sem relevância para a a mais complexa e populosa cidade do País.
São projetos para concessão de medalhas, títulos de cidadão paulistano, datas comemorativas diversas, batismo de ruas, praças, avenidas, escolas e outros espaços públicos. O relatório diz que "Mais grave do que a elevada proporção dos projetos irrelevantes foi a taxa de sucesso na promulgação desse tipo de proposição". Dos 1.202 "projetos irrelevantes para a coletividade", 686 (ou 57,1%) foram aprovados. Na outra ponta da linha, dos 1.819 projetos que tratavam de temas que podem provocar impacto na administração da metrópole, segundo conceito da ONG, apenas 206, ou 11,3%, foram promulgados.

"O exame das proposições por vereador revela marcada predileção por assuntos sem importância", afirma Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência.
O raio X divide em 5 títulos os 1.202 projetos dados por insignificantes - batismo de logradouros (646 propostas), homenagens (379), datas comemorativas (147), cidades-irmãs (16) e simbologia (12). "91,4% da atividade não tem efeito sobre a comunidade", diz a ONG.

Agora veja o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), presidente da Câmara acha disso: "Não posso, como presidente da Casa, proibir que um vereador apresente projetos. É regimental. Cada vereador pode, por exemplo, propor oito títulos por mandato. Não posso impedir, eu estaria violando o regimento." Rodrigues, que concorre ao terceiro mandato consecutivo, refuta o termo "irrelevante" adotado pela Transparência para classificar projetos que dão nomes a praças e ruas. "É uma injustiça. Não se trata de homenagear ninguém. Eu tenho voto num reduto muito pobre, em Campo Limpo e Capão Redondo. As pessoas têm vergonha de dizer que moram em rua sem nome. Quando você dá nome para a rua, o morador passa a ter dignidade. Essas ONGs consideram isso coisa banal, mas é procedimento muito importante, de impacto social. Você não pode medir um vereador pelo número de projetos. Tancredo Neves e Ulysses Guimarães praticamente não tinham projetos. Não quer dizer que não foram bons parlamentares."

Com certeza dar nome a rua sem nome é muito mais importante do que apresentar projetos de interesse para o povo.

O pior de tudo é saber a quantia que eles nos custam para não servirem... Se não me engano R$ 300 Milhões é dinheiro suficiente para construir e equipar um pequeno hospital, acho que seria muito mais interessante construir o hospital na rua sem nome do que dar nome a ela!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Eleições 2008 ! ! ! - Promessa do Kassab

O atual prefeito da cidade de São Paulo e candidato a reeleição para o cargo, Gilberto Kassab, promete criar 10 Ibirapueras na Zona Leste da capital...

Abaixo segue a integra da noticia estraida do site do jornal "O Estado de São Paulo":


SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição pelo DEM, Gilberto Kassab, prometeu nesta quinta-feira, 28, instalar uma série de parques municipais na zona leste da capital. "Se eleito, vou construir dez parques como o do Ibirapuera", afirmou, durante vistoria à Usina de Captação e Bombeamento de Gás no Aterro São João, na Estrada de Sapopemba.

Durante a vistoria, Kassab anunciou para o dia 25 de setembro o segundo leilão de crédito de carbono da Prefeitura - dessa vez de créditos relacionados à queima de poluentes gerados pelo aterro sanitário São João. De acordo com Kassab, o leilão deve arrecadar mais de R$ 34 milhões.

"O montante será revertido para melhoria de vida dos moradores da região com obras de saneamento básico, urbanização, ampliação de áreas verdes e contenção de enchentes", disse. Durante o evento, o candidato ressaltou que desde que assumiu a Prefeitura tem concentrado esforços para minimizar o efeito estufa no município. Citou a implantação da inspeção veicular, o plantio de 600 mil árvores e a duplicação do número de parques (de 31 para 61).

sábado, 9 de agosto de 2008

A Rua Direita

Rua muito conhecida e Popular, seu comércio é conhecido a muitos tempos, minha avó contava que quando ela era menina, creio que lá por volta dos anos 40 já, ela comprava sapatos com a mãe numa loja lá de esquina com a Praça do Patriarca onde hoje é o prédio do Unibanco.

Rua Direita por volta de 1860

Colocação de trilhos para Bondes na Rua Direita - 1900

Rua Direita - Foto de Vicenzo Pastore. 1908
Vista em direção à rua de São Bento, no trecho em frente ao estúdio do fotógrafo, situado na calçada oposta. O quarteirão ao fundo foi demolido posteriormente para a abertura da praça do Patriarca.

Casa Lebre. Esquina da rua Direita com 15 de Novembro - Foto de Vicenzo Pastore. 1912
Edifício ocupado pela Casa Lebre, situado na esquina da rua Direita com 15 de Novembro, a partir do largo da Sé.

Procissão na rua Direita - Foto de Vicenzo Pastore. 1910
Cena de procissão na rua Direita, realizada provavelmente a partir do edifício onde se localizava o estúdio do fotógrafo, no número 24-A, em direção à rua São Bento.

Rua Direita por em 2006

Construções que não existem mais

Encontrei pela net, algumas construções maravilhosas que já existiram na cidade de Sã Paulo e já não existem mais, algumas deram lugar a novas construções interessantes. Porém outras foram verdadeiros desperdícios e praticamente um pecado.

PALACETE SANTA HELENA
Na minha opinião é uma das construções mais fantásticas já construidas na cidade, sua fachada era repleta de esculturas, foi projetado pelo italiano Corberi, ficava na praça da Sé e foi inaugurado em 1922. No seu interior, além de lojas e escritórios, havia também um cinema cujo interior era tão luxuoso quanto o Teatro Municipal, era o Cineteatro Santa Helena, sediou também, em uma de suas salas um importante grupo de artistas, que ficou conhecido como Grupo Santa Helena.
Foi demolido em 1971, para a construção da estação Sé do Metrô, embora sua destruição tenha sido totalmente desnecessária.

PAVILHÕES DO PARQUE ANHANGABAÚ

Dois prédios gêmeos construidos na década de 1910, que faziam parte do plano de remodelação do Anhangabaú concebido pelo urbanista francês Joseph Bouvard.
Foram projetados pelo engenheiro agrônomo baiano Samuel das Neves, e por seu filho, o arquiteto formado na Universidade da Filadélfia, Cristiano das Neves ( o mesmo da Estação Sorocabana / Júlio Prestes), seu proprietário era o Conde de Prates.
Eram os prédios mais suntuosos da cidade na década de 1910, sediaram diversas instituições importantes, como a Prefeitura Municipal, a Câmara Municipal e o Automóvel Clube. Apesar do seu valor histórico e Arquitetônico, o primeiro pavilhão foi demolido nos anos 50 para a construção de edifício Conde de Prates, e o segundo em janeiro de 1970 deu lugar ao edifício Mercantil Finasa.

CLUBE COMERCIAL
O Clube Comercial ficava ao lado dos pavilhões do Parque Anhangabaú e seu autor foi o italiano Felisberto Ranzini, o principal projetista do escritório Ramos de Azevedo. Foi inaugurado em 1930 e possuía diversos salões de baile, escritorios e lojas, além de ter sediado por algum tempo a Bolsa de Mercadorias. Foi derrubado no final dos anos 60, para a construção do edifício Grande São Paulo.

COLEGIO DES OISEAUX

O Colégio de Freiras que ficava num enorme terreno de 24.000 m² na Rua Augusta esquina com a Caio Prado, foi projetado pelo Arquiteto francês Victor Dubugras e demolido no inicio dos anos 70. Demolição totalmente desnecessária pois a grande dimensão de seu terreno comportaria grandes empreendimentos sem a necessidade de sacrificar o magnifico prédio.

PRÉDIO PIRAPITINGUI

Muito pouca coisa se sabe sobre este edifício. Ficava na esquina da Rua Boa Vista com a João Brícola, foi construido no final dos anos 20, tendo sido um dos primeiros da cidade no estilo Art Decô - e um dos maiores também. Em 1972 já havia sido demolido, não sei se foi para a construção de linha norte-sul do metrô ou do anexo do prédio do Banespa - edifício Banespa II - que foi erguido no mesmo terreno que o Piratingui.

O VATICANO
O Vaticano era na verdade o último casarão do período colonial existente no centro de São Paulo (a casa da marquesa de Santos sofreu uma reforma no século XIX, perdendo suas caracteristicas coloniais). Localizava-se na Rua Santo Amaro, foi transformado em cortiço, foi demolido em 1983, uma perda irreparável para a cidade de São Paulo.

Nomes de Ruas

A cidade de São Paulo tem ruas, avenidas e bairros nomeados por influência dos povos da nação guarani que habitavam a região. São exemplos Tuiuti, Tatuapé, Guarapiranga, Tucuruvi, Caiubi, Anhangabaú, Ibirapuera, Ipiranga ou Sapopemba.
Tivemos também influencias africanas, e dos povos europeus e orientais.

Ficaram denominados muitos bairros com nome de chácaras como Chácara Flora e Chácara Santo Antonio. Há também os chamados de jardins, sob a influência de imigrantes europeus, como Jardim Paulista, Jardim Imperador, Jardim Miriam e Jardim Nakamura.

Existem vários bairros com nomes de parque, coisa que um dia já foram. Temos Parque do Engenho, Parque Continental, Parque São Jorge, Parque São Lucas. O crescimento da capital foi expulsando para longe os sítios, mas há nomes de bairros como Sítio Cocaia, Sítio Boa Vista.

Haviam vários pequenos portos onde embarcações traziam seus produtos, ficaram nomes de ruas e ladeiras como Porto Geral, Porto da Flores. Muitas denominações seguem a devoção aos santos como Santo Amaro, Penha, Santa Cecília.

Os nomes das ruas e dos bairros já sofreram mudanças devido a fatores econômicos e políticos. São casos com a Praça da República ou a Rua XV de Novembro que foram renomeadas após a proclamação da República.

Seguem alguns exemplos de nomes das ruas da cidade e seus homenageados:

  • ALFREDO PUJOL – Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Abolicionista e republicano. Como deputado, lutou pelas questões do ensino.
  • ALBUQUERQUE LINS - (Manoel Joaquim de Albuquerque Lins) – Nasceu em Alagoas. Formado pela Faculdade de Direito de Recife e aluno de teologia. Foi Deputado, Presidente da Câmara, Senador e vice de Rui Barbosa para Presidência da Republica. Fez política de valorização do café e promoveu entrada de imigrantes.
  • ALMEIDA JÚNIOR (José Ferraz de Almeida Júnior) 1851/1899 – Foi aluno do catarinense Vitor Meireles de Lima e com patrocínio de D. Pedro II estudou em Paris. Outro aluno de Vitor Meireles foi Oscar Pereira da Silva
  • AMADEU AMARAL – Formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Membro da Academia Paulista de Letras no lugar de Olavo Bilac.
  • AMADOR BUENO - Governador da capitania.
  • AMARAL GURGEL - padre, 1859.
  • AMÉRICO BRASILIENSE - Professor da Faculdade de Medicina.
  • ANGÉLICA - (Maria Angélica de Souza Queiroz Barros) nome dado à avenida em 1907. Homenagem a filha do Barão Souza Queiroz. Anteriormente a via chamava-se Rua Itatiaia.
  • ANTONIO DA SILVA PRADO (Conselheiro) – Formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Presidente da Câmara de São Paulo em 1877. Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Prefeito de SP de 1899 a 1910. Dono da Fazenda São Martinho com seu irmão Martinico Prado – com a maior plantação de café do país. Jornalista e fundador do Balneário do Guarujá.
  • ARMANDO SALES DE OLIVEIRA - Um dos fundadores da Escola Livre de Sociologia e Política.
  • AROUCHE - José Toledo de Arouche Rendon. Era mulato. Fez praça para treino militar com nome de Legião com dois planos “Legião” e “Artilharia”. Estudou em Coimbra e escreveu sobre índios e a cultura do chá. Foi dos diretores do Jardim da Luz e o primeiro diretor da Academia de Direito do Largo São Francisco.
  • ASDRÚBAL DO NASCIMENTO (Asdrúbal Augusto do Nascimento) - Vice-Prefeito de São Paulo. Filho de inglês formou-se em medicina na Pensilvânia. Seu consultório era na Rua Direita. Abolicionista, libertou em 1887 sem indenização 42 escravos e vendeu sua fazenda. Foi também Senador.
  • BARÃO DE ITAPETININGA - (José Joaquim dos Santos Silva). Em 1831 trabalhou para melhoria nos hospitais e prisões.
  • BENEDITO CALIXTO - Benedito Calixto de Jesus. Nasceu em Itanhaem. Pintor com estudos em Paris. Foi um apaixonado pelo Brasil e por astronomia.
  • BRASILIO MACHADO – advogado.
  • BRÁULIO GOMES (Dr.) – Nasceu em São José do Turvo (RJ) – Formado pela Faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Foi vereador e fundador da Maternidade São Paulo e Escola de Farmácia e Odontologia.
  • CAETANO DE CAMPOS (Dr.) - (José Caetano de Campos) – Nasceu em São João da Barra, RJ, 1844. Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi para a guerra do Paraguai. Em 1870 chega a São Paulo. Exerceu medicina na Beneficência Portuguesa e dirigiu a Santa Casa. Estudou pedagogia e literatura. Sugeriu a criação da Escola Normal. Morreu com 47 anos.
  • CAIUBI - um dos irmãos do Cacique Tibiriçá, da aldeia Piratininga. Chefiava a aldeia Ibirapuera até o Rio Jurubatuba.
  • CANECA - Frei Joaquim do Amor de Divino Caneca.
  • CANUTO DO VAL - Professor da Faculdade de Medicina.
  • CAPOTE VALENTE – (Antonio José) – Arquiteto.
  • CARDEAL ARCOVERDE - (Joaquim de Albuquerque Cavalcanti) - 9º Bispo paulipolitano e primeiro cardeal brasileiro e sul americano em 1905. Lecionou no Colégio de jesuítas de Itú. Foi bispo de Goiás e arcebispo no Rio de Janeiro.
  • CARRÃO (Conselheiro) - foi Ministro da Fazenda.
  • CASPER LIBERO – Nasceu em Bragança Paulista, SP – Formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Criou a “Gazeta Esportiva”, a “Rádio Gazeta” e o jornal “Última Hora”.
  • CELESTINO BOURROUL - Professor da Faculdade de Medicina.
  • CESÁRIO MOTTA JÚNIOR – Nasceu em Porto Feliz, SP. Formado pela Faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Republicano, trabalhou no setor de Higiene Pública, área de saneamento. Presidente do Senado em 1894.
  • CINCINATO BRAGA - (Cincinato César da Silva Braga) – Nasceu em Piracicaba, SP. Formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Presidente do Banco do Brasil.
  • CONSELHEIRO BROTERO - (José Maria de Avelar Brotero) foi professor da Academia de Direito do Largo de São Francisco.
  • CONSELHEIRO NÉBIAS (Joaquim Otávio Nébias) – Nasceu em Santos, SP. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais, foi juiz em Santos, Itu e Sorocaba. Foi também deputado provincial e Presidente da província de São Paulo.
  • CRISTIANO DAS NEVES - Professor do Mackenzie.
  • DEPUTADO LACERDA FRANCO - (Antonio Lacerda Franco ), político. Nasceu em Araras, São Paulo.
  • DONA VERIDIANA - (Veridiana Valeria da Silva Prado),1824 a 1910.
  • EMILIO RIBAS – Nasceu em Pindamonhangaba, SP. Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, clinicou pelo interior de São Paulo. Saneou a febre amarela em Campinas. Lutou também contra a tifóide e varíola.
  • FERNANDO COSTA – Nasceu em São Paulo. Formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” de Piracicaba. Dedicou-se à agricultura e industria. Foi prefeito de Pirassununga e deputado estadual. Ocupou pasta da Agricultura em 1930. Foi ainda Presidente do Departamento Nacional do Café, Ministro da Agricultura e o Interventor em São Paulo de 1941 a 1945.
  • FLORÊNCIO DE ABREU - presidente da província de São Paulo, 1880.
  • FRADIQUE COUTINHO - (Fradique de Melo Coutinho) capitão de ordenança da vila de São Paulo e lugar-tenente do bandeirante Antonio Raposo Tavares no século XVII.
  • FRANCISCA MIQUELINA - Filha do Brigadeiro Luiz Antonio e Dona Maria Paula.
  • FRANCISCO GLICÉRIO (General) – Nasceu em Campinas, SP - Tipógrafo. Republicano e abolicionista.
  • FRANCISCO MORATO – Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
  • FRANCO DA ROCHA - Diretor de Psiquiatria.
  • GABRIEL MONTEIRO DA SILVA – Nasceu em Alfenas, MG. Foi diretor do Instituto do Café de São Paulo e deputado federal.
  • GOMES CARDIM - (Pedro Augusto Gomes Cardim) – Nasceu em Porto Alegre, RS. Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Abolicionista. Um dos fundadores da Academia de Belas Artes.
  • GUILHERME GIORGI – Nasceu em Lucca, Itália. Construtor e dono de fábricas de tecidos.
  • HENRIQUE SCHAUMAN – Foi vereador e médico. Lutou por melhores condições hospitalares.
  • JOÃO MENDES - (João Mendes de Almeida) – Nasceu em Caxias, Maranhão. Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Historiador, político e juiz. Era monarquista.
  • JOÃO TEODORO - (João Teodoro Xavier de Matos). Nasceu em Mogi Mirim, SP. Foi criminalista Trabalhou como urbanista, promovendo reformas na cidade de São Paulo de 1872 a 1875. Solucionou o problema de água do Parque da Luz e colocou estátuas e árvores (havia uma ordem para fazer o Parque igual ao do Pará, que era de 1797).
  • JOAQUIM EUGÊNIO DE LIMA – Nasceu em Montevidéu, Uruguai, 1845 - Estudou agronomia na Alemanha. Fez a Avenida Paulista com 2800 metros e 50 de largura. Dono dos jornais “Omnibus” e “Cidade de São Paulo”. Participou da comissão de obras da Santa Casa como colaborador.
  • JULIO PRESTES - (Julio Prestes Albuquerque) – Nascido m São Paulo. Bacharel em ciências jurídicas e sociais. Foi deputado e presidente do Estado em 1927.
  • LAVAPÉS - córrego onde os viajantes que chegavam da Serra do Mar para adentrar ao Ipiranga, sentido centro da cidade, lavavam os pés para tirar o barro.
  • MANUEL DIAS DE ABREU - médico paulista. Inventou o registro fotográfico para uso médico, a Abreugrafia. 1864-1962.
  • MARQUES DE TRÊS RIOS – Foi banqueiro e diretor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Recebeu como hóspede a Princesa Isabel.
  • MARIA ANTONIA - (Maria Antonia da Silva Ramos), baronesa de Antonina.
  • MARTINELLI (Comendador) – Nasceu em Lucca, Itália e naturalizou-se brasileiro. Chegou em São Paulo em 1870. Tinha pequeno açougue na Sé e acumulou capital em dois anos. Trabalhou com transporte em vapores. Edifício começa ser erguido em 1924.
  • MARTINS FONTES – Nasceu em Santos, SP - Médico e Poeta.
  • MATIAS AIRES – Paulista, fixou-se em Lisboa desde os 11 anos e lá publicou “Reflexões sobre a vaidade dos homens”. Foi mestre de artes na Europa.
  • MATTEO BEI – Nasceu em Lucca, Itália - Veio com 17 anos. Construtor e dono de imobiliárias. Fundou a Companhia Brasileira de Cimento e Cerâmica Ipiranga, entre outras.
  • MINISTRO ROCHA AZEVEDO – Nasceu em Campanha, MG. Abolicionista, advogado, juiz em Caconde e Vereador. Foi Prefeito de São Paulo de 1919 a 1920. Secretário da Fazenda e da Agricultura.
  • MOURATO COELHO - (Manuel Mourato Coelho) vereador e capitão de ordenança da vila de São Paulo em 1639.
  • MURTINHO NOBRE (Antonio Murtinho Nobre) – Nasceu no Rio de Janeiro. Homeopata.
  • OSCAR FREIRE - Médico nascido na Bahia, atuou nas décadas de 20/30.
  • PADRE JOÃO MANUEL - deputado e jornalista nascido no Rio Grande do Norte.
  • PAES DE BARROS - (Antonio Paes de Barros), primeiro Barão de Piracicaba.
  • PANDIÁ CALÓGERAS – Engenheiro.
  • PAULA SOUZA (Francisco de Paula Souza) – Nasceu em Itu, SP, 1791-1854. Intelectual, foi Senador por São Paulo.
  • PAULO EIIRÓ - poeta e dramaturgo, morreu aos 32 anos em 1871.
  • PEDRO DE TOLEDO – Jornalista e advogado. Foi procurador fiscal da Tesouraria Provincial e coronel da Guarda Nacional. Fez parte da Academia Paulista de Letras. Foi embaixador da Argentina e interventor em São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932 com 66 anos. Governador em 1932. Preso e exilado em Lisboa voltou para ficar no Rio de Janeiro.
  • PIRES DA MOTA - (Conselheiro Vicente Pires da Mota) - Presidente provincial. Em 1881 foi diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
  • QUINTINO BOCAIÚVA - primeiro ministro das relações exteriores da República.
  • RANGEL PESTANA - (Francisco Rangel Pestana). Nasceu em Nova Iguaçu. Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Abolicionista e republicano. Deputado Federal.
  • REBOUÇAS - (Antonio Pereira Rebouças Filho) engenheiro negro, especializado em construção de estradas. Nasceu na Bahia em 1839.
  • REGO FREITAS - (Antonio Pinto do Rego Freitas) – Vereador no século 19. Lançou a idéia das cooperativas para o presidente Campos Salles.
  • ROBERTO SIMONSEN - Um dos fundadores da Escola Livre de Sociologia e Política.
  • SACOMAN - três irmãos vindos da França para construir indústrias. Com argila faziam telhas. Primeiro instalaram-se na Água Branca, depois Osasco e finalmente Moinho Velho, que passou a chamar-se Sacoman. Em 1921 após a morte do irmão mais velho, voltaram para a França.
  • SALIM FARAH MALUF - Chegou ao país com 16 anos. Estabeleceu serraria na Luz e depois galpões em Perdizes.
  • SAMPAIO VIDAL - (Joaquim de Abreu Sampaio Vidal) – Nasceu em São Carlos, SP. Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Participou do governo de Pedro de Toledo na Revolução de 32. Esteve exilado em Portugal, voltou e foi deputado.
  • TEODORO SAMPAIO (Theodoro Fernandes Sampaio) - engenheiro, urbanista, político e escritor. Baiano, filho de escrava. 1855 a 1937.
  • TOBIAS DE AGUIAR - (Rafael Tobias de Aguiar) – Nasceu em Sorocaba, SP. Foi Comandante do Regime de Milícias de Sorocaba e Presidente da Província de São Paulo. Incentivou a instrução primária, organizou socorros públicos e construiu estradas.
  • VILLABOIM - (Manoel Pedro Villaboim) Nasceu em Cachoeira, BA. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais e Direito em Recife, PE. Foi Juiz e Professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Deputado estadual e federal. Senador. Dirigiu jornal “Correio Paulistano”.
  • VITAL BRASIL – Nasceu em Campanha, MG, 1865 – Formado pela Faculdade Medicina do Rio de Janeiro. Trabalhou em São Paulo com estudos sobre veneno de cobras.

Tirado do Site www.passeiopaulistano.com

São Paulo Antiga - Panorâmicas do Vale do Anhangabaú

Fotos panorâmicas do Vale do Anhangabaú, Feitas em 1911, por Vicenzo Pastore a partir do torreão do antigo prédio do mosteiro e colégio de São Bento, então Ginásio de São Bento.
São impressionantes, pois é uma área que hoje é cercada por grandes prédios.

Panorâmica do vale do Anhangabaú - Foto 1 (Viaduto do Chá). Região da rua Líbero Badaró e Anhangabaú.
Principais pontos identificados: no primeiro plano à esquerda, edifício da Companhia Paulista de Vias Férreas (já demolido) e a rua Líbero Badaró; ao centro o primeiro viaduto do Chá (inaugurado em 1892 e substituído pelo atual em 1938); no final do viaduto à direita, o teatro São José (inaugurado em 1909 e demolido em 1924); ao fundo, à extrema esquerda, igreja e convento de São Francisco, no largo São Francisco.


Panorâmica do vale do Anhangabaú - Foto 2 (Teatro Municipal). Região da avenida São João e rua Formosa.
Principais pontos identificados: no primeiro plano a rua Anhangabaú, absorvida em parte pela atual avenida Prestes Maia; à esquerda, em segundo plano, o Mercado São João (construção metálica transferida em 1914 para proximidades do viaduto S.Efigênia) e, por trás, a rua Formosa; em destaque no último plano, os fundos do Teatro Municipal e, mais abaixo, a edificação do Conservatório Dramático e Musical (que em 1895 abrigava o Joachim´s Hotel e em 1905 o Hotel Panorama), na avenida São João; na linha do horizonte, à direita, o Mackenzie College, na rua Maria Antonia, e a Vila Penteado (1902), na avenida Higienópolis; à extrema direita, a Santa Casa de Misericórdia, na rua Dr.Cesário Mota Jr., próxima à igreja do Sagrado Coração de Maria, na rua Jaguaribe.


Panorâmica do vale do Anhangabaú - Foto 3 (Rua Brigadeiro Tobias). Região do Paissandu e rua Brigadeiro Tobias.
Principais pontos identificados: à extrema esquerda, a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu. Ao centro, a Igreja Evangélica Luterana, na atual avenida Rio Branco n. 54. Na linha do horizonte o Pico do Jaraguá. À direita e ao centro, o casarão do brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar (1793 - 1857), na esquina da rua Brigadeiro Tobias com ladeira de Santa Efigênia, demolido parcialmente devido às obras do viaduto Santa Efigênia.


Panorâmica do vale do Anhangabaú - Foto 4 (Santa Efigênia). Região da Santa Efigênia até a Luz. São Paulo.
Principais pontos identificados. Ao fundo, à esquerda, igreja de Santa Efigênia, ainda em obras. À sua frente, no vale do Anhangabaú, início das obras do viaduto Santa Efigênia (construção autorizada pela lei nº 1262, de 19 de novembro de 1909, na gestão do prefeito Antônio Prado, inaugurado em 1913). Na linha do horizonte, à esquerda, a torre do Liceu do Sagrado Coração de Jesus, localizado ainda hoje na alameda Glete, e a serra da Cantareira na sequência. O edifício que se vê à direita da imagem, com colunas no portal de entrada, é da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficiência, na rua Brigadeiro Tobias (já demolido). À sua esquerda vê-se a residência Almeida Prado, na rua Brigadeiro Tobias com Beneficiência Portuguesa, ocupado hoje por unidade da FMU. E à direita vê-se o palacete do barão de Piracicaba (Rafael Tobias de Aguiar Paes de Barros, 1830-1898), na esquina com rua Senador Queirós, datado de 1887 e já demolido. Ao fundo, à extrema direita da imagem, pode-se ver os torreões da Estação da Luz, e o casario no primeiro plano é da rua Anhangabaú.

Panorâmica do vale do Anhangabaú - Foto 5 - Novo Viaduto do Chá
Panorama do vale do Anhangabaú, em imagem feita a partir do hotel Esplanada, atrás do Teatro Municipal. Em primeiro plano, os jardins da esplanada do teatro e do parque do Anhangabaú. Ao fundo, à esquerda, um dos palacetes Prates, à rua Líbero Badaró e, atravessando o novo viaduto do Chá, em fase de finalização, vê-se, em obras, o edifício-sede do grupo industrial Matarazzo (IRFM). Na outra extremidade do viaduto, à direita da imagem, vê-se o edifício Alexandre Mackenzie, sede da The São Paulo Tramway, Light and Power Ltd - a Light, concessionária de serviços de bondes, iluminação pública e fornecimento de energia elétrica, na esquina da rua Xavier de Toledo.

São Paulo Antiga - Rua Brigadeiro Tobias.

Algumas Fotos antigas da nossa cidade, pode acreditar é São paulo mesmo...

A Rua Alegre, começava no largo de Santa Efigênia em direção aos campos do Guaré, hoje conhecido como bairro da Luz. Paralela a Rua Alegre existia a Rua Triste, ambas corriam quase paralelas, nascendo pelos flancos do sobrado do Brigadeiro Tobias, ali mesmo junto à igreja de Santa Efigênia.

A Rua Triste é essa mesmo que você está imaginando, a atual Avenida Cásper Libero.


Rua Alegre, atual Rua Brigadeiro Tobias, em direção ao Bairro da Luz - Foto de 1883
Foto de Militão Augusto de Azevedo.

Aqui vai alguns dos casarões que existiam na Rua Alegre:


Residencia de Camilo Gavião Peixoto casa-sede da antiga Chácara da família - Construida por volta de 1924 e reformada em estilo neoclássico em 1869.

Residencia de José Maria Gaviao Peixoto, Irmão de Camilo - Construído em 1859.

Solar do Barão de Piracicaba II - Construído em 1870 ( Foto 1920)

Hospital São Joaquim da Beneficiência Portuguesa - Construído em 1877, a Real Sociedade de Beneficência Portuguesa construiu ali sua sede, na esquina da travessa que hoje leva o nome da instituição.

Palacete de Rafael de Aguiar Barros - Construído em 1885

Palacete de Antônio Álvares Penteado, antes de mudar-se para Higienópolis
Construido em 1890 - (Foto de 1929, já funcionando como hotel)


Para saber mais sobre a historia das ruas Alegre e Triste e seus ilustres moradores, visitem: http://saopauloantigo.blogspot.com/search/label/rua%20Alegre

domingo, 30 de março de 2008

Petrobras tá longe das melhores do setor

Li no Portal Exame o artigo: "Mais longe das melhores"

Onde a jornalista Samantha Lima faz uma comparação entre as grandes petrolíferas e a nossa Petrobras. Enquanto o governo federal utiliza a Petrobras como exemplo de estatal de sucesso, não é bem o que parece, na verdade ela esta longe da realidade, todo este sucesso no mercado é devido a muito tempo de monopólio na exploração do petroleo no Brasil, ao confrontarmos os resultado dela com as outras grandes petrolíferas mundiais veremos que seus resultados não são tão bons assim, sem contar que sempre se utilizam dela para politica e barganha de cargos em troca de apoio politico, a decisão do governo de não repassar os aumentos do petróleo aos preços de derivados como gasolina e óleo diesel custou à Petrobras 5,8 bilhões de reais de setembro de 2005, quando ocorreu o último reajuste, para cá — segundo um cálculo feito pela consultoria Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE). Apenas no mês passado, a defasagem custou à empresa 16 milhões de reais diários, de acordo com o CBIE. “Essa é uma decisão política que tem grande impacto nos resultados da empresa”, diz o consultor Adriano Pires, do CBIE. O controle de preços é comum em países como Argentina, Venezuela, México e China. Nos Estados Unidos e na Europa, os custos são imediatamente repassados para os consumidores.

abaixo vocês encontraram a reportagem na integra:

Mais longe das melhores


A queda de 17% no lucro da Petrobras revela a distância que existe entre a estatal brasileira e as grandes empresas petrolíferas do mundo



EXAME
O MAGNATA JOHN D. Rockefeller, fundador da primeira companhia petrolífera americana, a Standard Oil, cunhou no início do século passado uma definição cristalina para seu ramo de atividade: “O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada. O segundo melhor negócio é uma empresa de petróleo mal administrada”. A companhia petrolífera americana ExxonMobil, descendente direta da Standard Oil, enquadra-se na primeira parte desse axioma. Embalada pelos sucessivos recordes no preço do barril de petróleo, a ExxonMobil registrou no ano passado o maior lucro anual já obtido por uma corporação americana, de 41 bilhões de dólares, 5% maior que o registrado em 2006. Cravou ainda o maior faturamento do ano nos Estados Unidos, de 404 bilhões de dólares, à frente do Wal-Mart — 378 bilhões de dólares em 2007 —, e o destronou do posto de maior empresa aberta do mundo. A gigante brasileira Petrobras parece mais próxima da segunda parte da definição. Em um cenário extremamente favorável para o setor, com altas recordes da cotação do petróleo, a Petrobras viu seu lucro cair 17% no ano passado, o que significou uma perda equivalente a 2,6 bilhões de dólares em comparação ao resultado de 2006.

Como no aforismo de Rockefeller, a Petrobras está muito longe de ser um mau negócio. A empresa detém a mais avançada tecnologia de extração de petróleo de águas profundas no mundo e é conhecida como um centro de excelência em prospecção de reservas. Seu lucro em 2007, mesmo sendo inferior ao de 2006, foi de 21,5 bilhões de reais (12 bilhões de dólares), o maior registrado por uma empresa brasileira no ano passado. A receita líquida da companhia cresceu 8% e fechou o ano em 170 bilhões de reais (96 bilhões de dólares). A descoberta da gigantesca reserva de Tupi na costa brasileira levou a um crescimento de 87% em seu valor de mercado, que ultrapassou os 200 bilhões de dólares. No entanto, mesmo números tão excepcionais não conseguiram mascarar o fato de que o desempenho da Petrobras ficou muito aquém das melhores empresas do setor no período. Um levantamento conduzido por EXAME com base nos resultados financeiros de dez das principais empresas de petróleo do mundo (Exxon, Shell, TotalFinaElf, Eni, Sinopec, Petrobras, Pemex, PDVSA, Gazprom e Repsol) aponta que apenas quatro delas não registraram crescimento nos lucros em 2007: a Petrobras, a mexicana Pemex, a venezuelana PDVSA e a russa Gazprom — todas empresas estatais. As demais tiveram crescimento. A expansão abarcou da espanhola Repsol, com apenas 2%, à chinesa Sinopec, com espetaculares 40%.

O cenário foi favorável
Resultados de algumas das principais companhias petrolíferas do mundo em 2007, ano em que a cotação do barril de petróleo bateu sucessivos recordes
EXXON
(Estados Unidos)

Resultado em 2007(1)
Lucro de 41 bilhões de dólares

Variação em relação a 2006
Crescimento de 5%

O que diz a empresa
Todas as áreas da empresa tiveram forte desempenho, amplificado pelo preço do petróleo

SHELL
(Reino Unido e Holanda)

Resultado em 2007(1)
Lucro de 31 bilhões de dólares

Variação em relação a 2006
Crescimento de 23%

O que diz a empresa
Aumento na produção e alta do petróleo justificam os resultados “satisfatórios”

TOTALFINAELF
(França)

Resultado em 2007(1)
Lucro de19 bilhões de dólares

Variação em relação a 2006
Crescimento de 12%

O que diz a empresa
As condições do mercado para a indústria foram favorecidas pela alta do petróleo

ENI
(Itália)

Resultado em 2007(1)
Lucro de 15 bilhões de dólares

Variação em relação a 2006
Crescimento de 8%

O que diz a empresa
Mesmo com queda de 2% na produção e desvalorização do dólar, obteve bons resultados

SINOPEC
(China)

Resultado em 2007(1)
Lucro de 10 bilhões de dólares

Variação em relação a 2006
Crescimento de 40%

O que diz a empresa
Melhor controle de custos, maior integração de recursos e inovação tecnológica

PETROBRAS
(Brasil)

Resultado em 2007(1)
Lucro de 12 bilhões de dólares

Variação em relação a 2006
Queda de 17%

O que diz a empresa
Ajuste no plano de pensão dos funcionários e variação cambial prejudicaram o resultado

PEMEX
(México)

Resultado em 2007(1)
Prejuízo de 1,4 bilhão de dólares

Variação em relação a 2006
Queda de mais de 100%

O que diz a empresa
A produção caiu pelo esgotamento de poços. Se não fosse a alta do petróleo, o prejuízo seria maior

Fonte: empresas

TER UM ANO DE GANHOS MENORES, quando a maioria das outras empresas do setor comemora resultados históricos, já seria suficientemente preocupante. Mas a questão central para a Petrobras é de outra natureza: a distância entre a estatal brasileira e suas congêneres internacionais vem aumentando. Um ranking produzido especialmente para esta reportagem pela consultoria Economática dá uma idéia disso. De 2006 para 2007, a Petrobras caiu da quinta para a oitava posição entre as dez maiores empresas de petróleo com ações negociadas na principal bolsa de valores do mundo, a de Nova York. O estudo avalia a rentabilidade das companhias, indicador que mede a relação de lucro com patrimônio líquido. Segundo ele, a Petrobras ficou à frente apenas das americanas Apache e Devon. Para os executivos da estatal, a comparação com as congêneres americanas é injusta. “Há diferenças nas regras contábeis do Brasil e dos Estados Unidos que influenciam os resultados”, diz Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras. Em outra pesquisa, publicada pela revista especializada Petroleum International Weekly, a Petrobras caiu três posições no ranking das empresas mais eficientes do mundo, de 2000 a 2006 (levantamento mais recente disponível). O ranking atribui pontuações às companhias com base em seis indicadores, que levam em conta as reservas, a capacidade de produção, a capacidade de refino e o volume de vendas.

Oficialmente, a queda no lucro da Petrobras foi provocada por quatro fatores: impacto da desvalorização do dólar sobre os ativos no exterior, aumento nos gastos com a importação de produtos, ajustes no plano de pensão dos funcionários e aumento nos custos de fornecimento de bens, serviços e recursos humanos na indústria petrolífera. O dólar, de fato, foi um problema — especialmente porque a Petrobras não estava protegida por um hedge cambial que previsse o enfraquecimento da moeda americana. Equipamentos usados pelas petroleiras em extração tiveram aumento médio de 24% no mercado internacional — mas isso valeu para todas as empresas do setor. O mesmo aconteceu com o encarecimento dos serviços e da mão-de-obra. Para especialistas ouvidos por EXAME, os problemas vão além, portanto, e estão profundamente enraizados no viés político que domina a administração da companhia. Um exemplo: a decisão do governo de não repassar os aumentos do petróleo aos preços de derivados como gasolina e óleo diesel custou à Petrobras 5,8 bilhões de reais de setembro de 2005, quando ocorreu o último reajuste, para cá — segundo um cálculo feito pela consultoria Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE). Apenas no mês passado, a defasagem custou à empresa 16 milhões de reais diários, de acordo com o CBIE. “Essa é uma decisão política que tem grande impacto nos resultados da empresa”, diz o consultor Adriano Pires, do CBIE. O controle de preços é comum em países como Argentina, Venezuela, México e China. Nos Estados Unidos e na Europa, os custos são imediatamente repassados para os consumidores. Parte dos investimentos recentes feitos pela Petrobras ainda não se transformou em resultado, o que também é um fator a prejudicar o resultado final. No ano passado, a estatal investiu 18 bilhões de reais, 20% mais que em 2006 e um recorde em toda a sua história. É possível que ocorram ganhos de produtividade no futuro. Mas, em 2007, a produção de petróleo e gás permaneceu praticamente estagnada em 2,3 milhões de barris diários. Das cinco novas plataformas previstas para entrar em operação no ano, apenas uma começou efetivamente a produzir no prazo programado. Como resultado, a companhia, que chegou a anunciar a auto-suficiência em 2006, importou 390 000 barris diários em 2007. “A Petrobras é a maior empresa de operação em águas profundas no mundo, e extrair petróleo nessas condições é uma operação complexa, passível de atrasos”, diz o diretor Barbassa. Para os analistas, o argumento é plausível, mas isso não significa que o mercado seguirá tão condescendente em relação à empresa. “Todos estão atentos, e talvez a paciência não seja a mesma caso esses problemas voltem a se repetir”, diz Eduardo Roche, gerente de análise da gestora de investimentos Modal Asset. A posição e o prestígio que a Petrobras tem hoje no cenário petrolífero internacional são resultado de um quadro técnico de primeira linha e de um esforço de rofissionalização iniciado nos anos 90. Naquela ocasião, a estrutura corporativa da empresa foi modificada para torná-la mais transparente, competitiva e eficiente. Criou-se um conselho de diretores independente e aboliu-se o monopólio de exploração no país. A profissionalização, porém, deu passos para trás nos últimos anos. “Criou-se uma cultura na Petrobras em que o que conta é a capacidade de articulação política dos funcionários, e não os aspectos técnicos do trabalho; os funcionários perdem um tempo enorme se compondo com aliados e procurando prejudicar os inimigos”, disse um ex-conselheiro da empresa a EXAME. Recentemente, o cargo de diretor da nova unidade de biocombustíveis da Petrobras foi usado para resolver uma disputa interna. O novo diretor da unidade, Alan Kardec Pinto, exgerente de abastecimento e refino e apoiado pelo PT, recebeu a cadeira como uma espécie de prêmio de consolação depois de entrar em rota de choque com seu chefe imediato, o diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa, apadrinhado de outro partido, o PP. Engenheiro e ex-gerente de abastecimento da Petrobras, Kardec nunca escondeu seu interesse pelo posto de Costa. Acabou afastado em 2007 e reacomodado em uma assessoria da presidência, de onde saiu para ocupar o novo cargo. A Petrobras foi e continua a ser uma potência no Brasil e em seu setor. Mas seus números, embora ainda impressionantes, deixam claro que algumas coisas na empresa podem e devem ser melhoradas.

A Petrobras perdeu em rentabilidade...
Com o lucro em queda, a estatal caiu três posições no ranking de rentabilidade das empresas com ações na bolsa de Nova York (em percentual do lucro sobre patrimônio líquido)
2006
1. Marathon Oil (EUA) 39,8
2. Anadarko Petroleum (EUA) 37,4
3. Exxon (EUA) 35,1
4. Valero Energy (EUA) 32,4
5. Petrobras (Brasil) 30,5
6. Chevron Texaco (EUA) 26,0
7. Occidental Petrol (EUA) 24,4
8. Chesapeake Energy (EUA) 23,0
9. ConocoPhillips (EUA) 22,9
10. Apache (EUA) 21,5
2007
1. Exxon (EUA) 34,4
2. Valero Energy (EUA) 28,2
3. Exelon (EUA) 27,2
4. Occidental Petrol (EUA) 25,7
5. Chevron (EUA) 25,6
6. Anadarko Petroleum (EUA) 24,1
7. Marathon Oil (EUA) 23,3
8. Petrobras (Brasil) 22,1
9. Apache (EUA) 19,6
10. Devon Energy (EUA) 18,2
Fonte: Economática
...e em eficiência(1)
De 2000 a 2006, a Petrobras perdeu três posições entre as empresas mais eficientes do mundo
RANKING DE 2000
1. Saudi Aramco (Arábia Saudita)
2. PDVSA (Venezuela)
3. Exxon (EUA)
4. Nioc (Irã)
5. Shell (Reino Unido/Holanda)
6. Pemex (México)
7. British Petroleum (Reino Unido)
8. TotalFinaElf (França)
9. Petrochina (China)
10. Pertamina (Indonésia)
11. Sonatrach (Argélia)
12. Petrobras (Brasil)
13. KPC (Kuwait)
14. Chevron Texaco (EUA)
15. ConocoPhillips (EUA)
RANKING DE 2006
1. Saudi Aramco (Arábia Saudita)
2. Nioc (Irã)
3. Exxon (EUA)
4. British Petroleum (Reino Unido)
5. PDVSA (Venezuela)
6. Shell (Reino Unido/Holanda)
7. Petrochina (China)
8. ConocoPhillips (EUA)
9. Chevron (EUA)
10. TotalFinaElf (França)
11. Pemex (México)
12. Gazprom (Rússia)
13. Sonatrach (Argélia)
14. KPC (Kuwait)
15. Petrobras (Brasil)
(1) Ranking montado pela Petroleum International Weeklycom base na avaliação dos seguintes critérios: reservas e produção de petróleo, reservas e produção de gás, capacidade de refino e volume de vendas


Sera que não deveríamos diminuir a influencia do estado na empresa, não digo privatizar completamente, mas sim, deixar o governo sem influencia alguma junto ao conselho, sendo um simples acionista minoritario, já perdemos muito com o governo utilizando a Petrobras como instrumento diplomatico, lembram-se o que o "Amigo" do Lula, Evo Morales fez com as refinárias da Petrobras na Bolívia, quanto dinheiro brasileiro não ficou lá e nem por isso houve qualquer mudança nos investimento da empresa na Bolívia, pois segundo nosso presidente falou na época era um direito do povo boliviano...
E agora estão acertando a construção de uma refinaria em conjunto com Hugo Chavez, já imaginam o que pode acontecer né?

Por que não somos como eles

Por Cristiane Mano e Ana Luiza Herzog - Retirado do PORTAL EXAME

Nos Estados Unidos, empresários como Warren Buffett e Bill Gates são incentivados a repartir sua fortuna com a sociedade. No Brasil, apesar das enormes demandas, ocorre o contrário

EXAMEPelo menos uma vez por mês o empresário e ex-banqueiro Jorge Paulo Lemann se dedica a analisar um relatório de resultados bem diferente dos que avaliou ao longo de boa parte de sua vida profissional. Além de verificar os resultados de seus negócios mundo afora, Lemann passou a analisar o nível de repetência de alunos em escolas públicas como a Vicente Rao, instalada no bairro do Jabaquara, na zona sul de São Paulo. Aos 67 anos de idade, Lemann -- um dos três controladores da cervejaria Inbev, ao lado dos sócios Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira -- é hoje um dos poucos filantropos brasileiros que dedicam parte de sua fortuna pessoal -- estimada em 5 bilhões de dólares -- a causas sociais no Brasil. Dos 109 institutos e fundações ligados ao Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), menos de 10% pertencem a uma família ou pessoa física. Os demais estão vinculados a empresas. Hoje, boa parte dos investimentos de Jorge Paulo Lemann na área social se concentra na Fundação Lemann, criada por ele em 2002 para investir sobretudo na melhoria do ensino no país. "Meus amigos podem achar que estou virando um socialista tardio, mas na verdade estou aflito com os baixos níveis educacionais do Brasil", disse Lemann, num recente seminário sobre o tema realizado por sua fundação, a uma platéia de 250 representantes de países da América Latina, composta de ministros, empresários e pesquisadores.

Não há dados precisos sobre o número de empresários que investem sistematicamente dinheiro do próprio bolso em causas sociais no Brasil hoje. Considerando os dados do Gife, a maior associação de fundações e institutos filantrópicos do país, porém, chega-se a não mais do que dez deles -- um número inferior, por exemplo, à quantidade de brasileiros listados entre as maiores fortunas do mundo. Em 2003, apenas cinco brasileiros apareciam na lista de bilionários da revista americana Forbes -- grande parte deles, banqueiros. Hoje, a maioria dos 16 empresários brasileiros presentes no ranking é de industriais ou donos de companhias prestadoras de serviços que não herdaram fortunas. A conclusão óbvia é que a produção de novos bilionários no país não veio acompanhada na mesma medida de uma nova geração de filantropos.

Um recente levantamento da consultoria CapGemini com o banco Merrill Lynch sobre filantropia reforça a posição de desvantagem dos brasileiros -- e de seus vizinhos na América Latina -- em relação ao resto do mundo. Os latino-americanos estão na lanterninha quando se fala em investimentos filantrópicos por pessoas físicas com mais de 1 milhão de dólares para investir -- apenas 3% delas dedicaram 3% de sua fortuna a causas sociais em 2006. Trata-se, a princípio, de um comportamento incompreensível numa região com tantas demandas. Em outras partes do mundo, a ascensão de uma nova classe de bilionários parece ter dado fôlego a novos investimentos sociais. Na Ásia, uma das regiões do planeta que mais crescem atualmente, o percentual de doação é o maior do mundo -- 14% dos milionários doam cerca de 12% de seu dinheiro. Os Estados Unidos, onde estão filantropos como Warren Buffett e Bill Gates, 14% dos milionários dedicam cerca de 8% de seu portfólio a causas sociais.

Parte da explicação para essa discrepância é cultural. Nos Estados Unidos, até por influência das culturas protestante e judaica, há uma crença disseminada de que o cidadão deve devolver à sociedade parte da riqueza que conseguiu acumular. O milionário pouco generoso nas doações à sociedade é malvisto -- e existe até mesmo uma disputa entre os milionários em relação a quem doa mais. Em 2006, aos 75 anos, o magnata Warren Buffett decidiu doar em vida 85% de sua fortuna -- o equivalente a 37,4 bilhões de dólares --, construída ao longo de quatro décadas à frente do fundo de investimento Berkshire Hathaway. A maior parte desse dinheiro, 30,7 bilhões de dólares, será transferida de forma escalonada para a entidade administrada por Bill Gates, o segundo homem mais rico do mundo, e sua mulher -- a Fundação Bill & Melinda Gates, que financia escolas públicas e pesquisas para a cura de doenças. O restante do dinheiro vai para a própria fundação de Buffett e para três outras geridas por seus filhos. Em valores atualizados, a doação de Buffett equivale às doações somadas de filantropos como John Rockefeller e Andrew Carnegie, cujas fundações perduram até hoje. Antes do anúncio de Buffett, o recorde de filantropia estava com o próprio Gates, que destinara 28 bilhões de sua fortuna de 50 bilhões de dólares à fundação que leva seu nome. "Acredito na filosofia de que um milionário deve deixar a seus filhos o suficiente para que eles façam qualquer coisa -- mas não o suficiente para que eles não precisem fazer nada", declarou Buffett na época do anúncio da doação de sua fortuna.

A inspiração religiosa e cultural pura e simples -- e uma secular bagagem de exemplos ao longo da história -- está longe de ser, no entanto, a única explicação para a forte cultura da filantropia nos Estados Unidos. Um dos motores para estabelecê-la é um mecanismo legal inexistente no Brasil: um imposto sobre a transmissão de grandes heranças que pode atingir até 50% do montante a ser repassado para as futuras gerações. Para quem tem uma fortuna nos Estados Unidos, faz mais sentido financeiro criar fundações com objetivos sociais e colocar os filhos para comandá-las do que transferir o patrimônio diretamente a eles. Isso sem contar a possibilidade de abater do imposto de renda boa parte do dinheiro investido em causas sociais. No Brasil, a lei não oferece incentivos para investimentos sociais de pessoas físicas e permite que as empresas deduzam como despesa as doações que fazem a suas fundações e institutos até o limite de 2% do lucro. "Existe um contexto extremamente desfavorável para a filantropia no Brasil, que inclui desde a falta de incentivos fiscais até a desorganização das entidades que recebem os recursos", diz Marcos Cruz, sócio da consultoria McKinsey, responsável por um estudo preliminar sobre as dificuldades do setor no país. "Se o cenário mudasse, o investimento social seria muito maior." É um paradoxo que um país com tantas dificuldades dificulte a distribuição de riqueza, enquanto uma sociedade rica como a americana a incentive. "Os Estados Unidos criaram uma imensa estrutura voltada para isso", diz o ad vogado Eduardo Szazi, professor de direito do Terceiro Setor da Fundação Instituto de Administração e da Fundação Getulio Vargas. "Quando os americanos doam, estão, na verdade, fazendo o planejamento fiscal de suas fortunas."

O que ainda atrapalha
As características que criam um ambiente desfavorável para a filantropia no Brasil
1 - Falta de incentivos fiscais
No Brasil, quem doa não pode abater a doação do imposto (no caso de empresas, o desconto equivale a 2% do lucro). Nos Estados Unidos, o doador abate até 100% do imposto
2 - Má gestão das ONGs
Institutos e fundações têm dificuldade de encontrar — entre as 300 000 ONGs do país — entidades capazes de prestar contas e apresentar resultados
3 - Burocracia
Doações de bibliotecas ou obras de arte podem levar até três anos — pela falta de preparo do Estado para lidar com situações como essa
Fontes: McKinsey e especialistas

NOS ESTADOS UNIDOS, EXISTE UMA SÉRIE de incentivos específicos -- como o desconto para doações realizadas a escolas. Nesses casos, o contribuinte pode deduzir até um limite de 50% dos impostos a pagar. Por isso, universidades e centros de pesquisa americanos recebem milhões de dólares todos os anos. Um dos casos mais conhecidos, para ficar em apenas um exemplo, é o da Universidade Harvard. Seu histórico de doações começa em 1638, quando o pastor John Harvard decidiu doar imóveis próprios em Massachusetts e sua biblioteca de 400 volumes para fundar uma universidade, e deu seu nome a ela. Desde 1974, quando as doações começaram a ser geridas por uma empresa (a Harvard Management Company), as doações somaram 34,9 bilhões de dólares. No Brasil, em contraste, uma coleção de histórias demonstra o desafio à paciência e às boas intenções que uma doação -- de proporções bem mais modestas -- pode causar. A mais recente delas é a da Coleção Brasiliana - Fundação Estudar, uma série de 477 obras de arte adquiridas pelos empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles em leilões na Europa e doada à Pinacoteca do Estado de São Paulo em outubro do ano passado. Todo o périplo da doação levou quase três anos até que a fundação finalmente conseguisse assinar o contrato (veja quadro na pág. 114). "Tivemos de falar inúmeras vezes com dezenas de representantes de diversas esferas do estado", diz a advogada Tatiana Buzalaf, que negociou a doação. "Quase desistimos."

O empresário José Mindlin levou oito anos para conseguir doar sua famosa biblioteca de 50 000 livros à Universidade de São Paulo. Ele descobriu que, para isso, precisaria atualizar o valor das obras pela cotação de mercado e pagar um imposto de 15% na hora da transferência. A quantia era altíssima. Mindlin então decidiu criar sua fundação, que serviria como receptora dos livros. Novas dificuldades. Ao colocar as obras sob a propriedade de sua própria entidade, teria de pagar um imposto de transmissão de bens de 4% sobre o valor do acervo. O empresário só conseguiu doar sua biblioteca à USP quando a lei foi alterada, liberando a doação de livros da cobrança de impostos. Seu acervo -- que inclui preciosidades como a versão original datilografada de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e primeiras edições de livros de Machado de Assis -- será encaminhado à USP no ano que vem, quando termina a construção de um prédio climatizado, planejado especialmente para abrigar a coleção.

A ausência de incentivos para o investimento via pessoa física no Brasil não apenas dificulta que as doações ocorram como também determina uma diferença crucial entre a natureza da filantropia aqui e nos Estados Unidos. Lá, as maiores fundações ou institutos filantrópicos estão ligados a pessoas físicas. No Brasil, a esmagadora maioria -- 90% -- está vinculada a empresas. A conseqüência imediata disso transparece no volume dos recursos doados. Um abismo de dólares costuma separar a doação de fortunas acumuladas ao longo de vidas e um percentual do lucro das empresas. Isso fica claro comparando os investimentos da Microsoft com as doações pessoais do casal Bill e Melinda Gates. Em 2007, os investimentos da Microsoft em causas sociais foram de cerca de 100 milhões de dólares. Os da Fundação Gates somaram 2 bilhões de dólares -- 20 vezes mais -- no mesmo período.

Existem outras distinções quando se fala em filantropia ligada a empresas e a pessoas físicas. "As empresas fazem investimento social pensando no quanto ele vai agregar à marca, é o que chamo de filantropia mercadológica", diz Floriano Pesaro, secretário de Assistência Social da cidade de São Paulo. "E isso é legítimo." Na prática, isso significa que as diretrizes para as ações sociais de muitas companhias podem mudar de acordo com certas demandas -- como a recente preocupação com o aquecimento global -- e também tendem a se concentrar cada vez mais em questões voltadas para a sustentabilidade do próprio negócio (algo defensável e, pode-se dizer, desejável). Além disso, as fundações ligadas a empresas estão sujeitas aos movimentos inerentes ao mundo dos negócios, como o de fusões e o de aquisições, que podem mudar a agenda da noite para o dia. (Basta imaginar que, se John Rockefeller tivesse criado uma fundação ligada à sua companhia na época, a Standard Oil, provavelmente ela teria seguido o mesmo caminho -- e se dissolvido nas inúmeras fusões de petrolíferas que se seguiram.) Longe do escopo de investimentos sociais da companhia, é possível abrir o foco para as questões mais abrangentes. "Nunca colocamos o nome da empresa no nosso instituto, para manter independência", diz Daniel Feffer, herdeiro e vice-presidente do grupo Suzano e diretor-geral do Instituto Ecofuturo, criado em 1999 para investir em educação ambiental. Hoje, o instituto é mantido exclusivamente pelos resultados da Suzano Papel e Celulose, que faturou 4 bilhões de reais em 2007. Feffer prevê que ainda neste ano o instituto não será mais dependente apenas da empresa -- e começará a arrecadar fundos com outras companhias e pessoas físicas. Trata-se de algo raro nos casos de fundações ligadas a empresas, nas quais costuma prevalecer o interesse institucional de manter a autoria de seus projetos.

Campeões em generosidade
Quem são hoje os sete maiores filantropos dos Estados Unidos e quanto destinaram para causas sociais nos últimos cinco anos
Warren Buffett
Megainvestidor, executivo-chefe da Berkshire Hathaway
40,7 bilhões de dólares
Bill e Melinda Gates
Fundador da Microsoft e sua mulher
3,5 bilhões de dólares
George Kaiser
Dono de empresas nos setores financeiro, imobiliário e de óleo e gás
2,3 bilhões de dólares
George Soros
Megainvestidor
2,1 bilhões de dólares
Gordon & Betty Moore
Co-fundador da Intel e sua mulher
2 bilhões de dólares
Família Walton
Família do fundador do Wal-Mart
1,5 bilhão de dólares
Herbert e Marion Sandler
Co-fundadores da instituição financeira Golden West
1,4 bilhão de dólares
Fonte: Business Week

Apesar da falta de incentivos e das dificuldades do mercado brasileiro, alguns empresários começam a pensar em fundações com vida própria justamente para escapar dessas limitações. É o caso da socióloga Maria Alice Setubal, a única mulher entre os sete filhos de Olavo Setubal, dono do Itaú. O grupo mantém investimentos sociais de 130 milhões de reais por ano. Mesmo assim, Maria Alice criou em 2005, com recursos próprios e de seus seis irmãos (inclusive Roberto Setubal, atual presidente do banco), a Fundação Tide Setubal -- em homenagem a sua mãe. Seu objetivo: ajudar na melhoria das condições de vida das famílias que moram na região de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. A primeira leva de recursos da fundação, que Maria Alice prefere não revelar, foi usada para recuperar um hospital, uma escola e um clube do bairro. "O vínculo com o banco, que tem seus propósitos, limitaria minha liberdade para agir e fazer parcerias", afirma Maria Alice. "Além disso, como profissional, tenho questionamentos pessoais que não interessam a uma empresa, como entender por que a periferia e a cidade se transformaram em universos tão distintos e isolados." Há 21 anos, Maria Alice criou e dirige o Centro de Pesquisa para Educação e Cultura, uma das ONGs de educação mais respeitadas do país.

Ela não é a única que quer manter sua atuação social totalmente desvinculada dos negócios. Outro empresário com a mesma iniciativa é o paulistano Marcos de Moraes. Filho de Olacyr de Moraes, o ex-rei da soja, Marcos tornou-se ele próprio milionário ao vender à Portugal Telecom, em 2000, o portal Zip-Net, por 365 milhões de dólares. Hoje, além de cuidar da fabricante de cachaça Sagatiba, ele dedica parte de seu tempo ao Instituto Rukha, criado em 2005. O projeto mais conhecido da entidade é o Nova Virada, que oferece bolsas de 350 reais a 102 famílias carentes da zona sul de São Paulo. Em troca do dinheiro, os pais se comprometem a manter seus filhos ocupados durante todo o dia -- na escola e em atividades complementares que acontecem em ONGs --, além de participar, eles próprios, de atividades educativas promovidas pelo instituto. Moraes não diz quanto investe no Rukha, que vem tomando cada vez mais seu tempo. Ele visita, por exemplo, pelo menos uma vez a cada 15 dias, famílias na zona sul de São Paulo.

O estilo "mão na massa" é uma característica típica da filantropia brasileira. Mesmo que o doador não queira entrar em ação, é preciso que ele crie uma estrutura para garantir que seu dinhei ro traga os resultados esperados -- e isso acaba sendo um fator de desestímulo para que muitos deles repartam parte de sua fortuna com a sociedade. A necessidade de interferência radical é provocada pela precária estrutura gerencial de boa parte das quase 300 000 ONGs instaladas no país. Nos Estados Unidos, em geral os empresários atuam apenas como grant makers, investidores que escolhem e acompanham os resultados dos projetos em que investem. É o caso da Fundação Gates. No Brasil, muitas vezes é preciso ajudar as ONGs a se tornar capazes de prestar contas e apresentar indicadores. "O que mais desestimula os empre sários hoje a investir é a dificuldade que as ONGs têm de avaliar os resultados das ações que executam", diz Evelyn Iochpe, diretora da Fundação Iochpe, criada em 1989 para investir na educação profissionalizante de jovens de baixa renda. Essa realidade mudou o propósito original da Fundação Lemann, por exemplo. "Quando nascemos, há cinco anos, a idéia era permanecer apenas como uma avaliadora e investidora de projetos eficientes", diz Ilona Becskeházy, diretora executiva da Fundação Lemann. "Logo percebemos que não haveria projetos organizados suficientes e que não conseguiríamos aumentar o escopo de nossa atuação se não montássemos nossos próprios programas do zero." Atualmente, 40% dos projetos são próprios. Ilona garante que os investimentos da fundação, que somaram 12 milhões de dólares nos últimos cinco anos, são limitados pela falta de bons projetos de terceiros.

A TENDENCIA É QUE AS EXIGENCIAS das fundações em relação à capacidade gerencial das ONGs aumentem nos próximos anos -- o que pode levar a uma seleção natural no futuro. Um dos motivos é que as fundações devem funcionar cada vez mais como empresas, seguindo metas e indicadores de desempenho. No caso da Fundação Lemann, existe um microcosmo da cultura de eficiência encontrada nos negócios nos quais o empresário investe. Há metas individuais e coletivas e, se elas são atingidas, todos os funcionários levam um bônus de até seis salários. A diretora-geral Ilona é ex-executiva do banco de investimento JP Morgan e recrutou as 13 pessoas de sua equipe em bancos no Brasil e no exterior. Trata-se de uma tendência mundial. A própria Fundação Gates criou, no ano passado, um departamento para avaliar a viabilidade de suas ações. O presidente Patty Stonesifer veio da Microsoft e nunca tinha trabalhado antes no Terceiro Setor.

"Embora sejam poucos, os institutos criados no Brasil recentemente já nasceram com uma orientação para resultados seguindo os melhores modelos do mundo", diz Armínio Fraga, conselheiro de dez fundações, como o Instituto Desiderata. O instituto foi criado em agosto de 2003, no Rio de Janeiro, pelo empresário carioca Guilherme Frering, um dos ex-controladores da mineradora Caemi, adquirida pela Vale em 2001. Mesmo a distância -- mais precisamente de Londres, onde mora hoje --, Frering monitora, ao lado da mulher, Antonia, as ações do instituto, que financia ONGs que trabalham com educação de jovens e projetos que visam a melhoria do atendimento a crianças com câncer no serviço público de saúde. A tarefa de fazer valer cada centavo dos cerca de 2 milhões de reais que ele investe por ano no Desiderata foi dada à economista Beatriz Azeredo, de 51 anos. Professora do instituto de economia da Universidade Federal do Rio Janeiro, Beatriz trabalhou no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e esteve por sete anos no BNDES, onde foi diretora da área social. Para certificar-se de que o instituto seria mesmo administrado da melhor maneira possível, Frering decidiu também que ele teria um conselho deliberativo, composto de especialistas de renome, como Fraga e a ex-secretária de Assistência Social do governo FHC, hoje no Banco Interamericano de Desenvolvimento, Wanda Engel. "Assim, temos acesso a um conhecimento privilegiado que nos ajuda, e muito, a decidir", diz Beatriz, que gerencia uma equipe de apenas quatro pessoas.

Incentivos, como os que existem nos Estados Unidos, poderiam ter efeito multiplicador desse movimento discreto -- que hoje depende apenas da inspiração de alguns poucos empresários.


Sendo o Brasil um país de terceiro mundo com enormes problemas sociais, onde os governos nunca tem capacidade para resolver nossos problemas mais banais poderia muito bem ao menos facilitar as coisas para a iniciativa privada e para os grandes empresarios resolverem.
Gostaria de levantar idéias para estimular este tipo de ajuda por parte de quem tem dinheiro. Deveria ser dado desconto total no imposto de renda a doadores, hoje você pode descontar apenas uma pequena porcentagem da doação.
Peço os comentários de todos com novas idéias.