Buscapé

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Câmara de SP aprova 91% de projetos irrelevantes, diz ONG

Nós já sabemos que nossos políticos são caros demais e nem são tão úteis assim, mais li um artigo no portal ESTADÃO, que me revoltou muito...

A questão é que mais de 91% da atividade dos vereadores de São Paulo é irrelevante para a cidade!

Segundo a ONG Transparência Brasil na Câmara temos 55 vereadores e tem um orçamento de R$ 310 milhões por ano, isso dá R$ 5,64 milhões por cabeça. É a maior Câmara municipal de todo o País.

A ONG que fiscaliza o poder público pegou 3.021 projetos entre os anos de 2005 a 2008 e verificou que 1.202 propostas, ou quase 40% do total, eram sobre assuntos sem relevância para a a mais complexa e populosa cidade do País.
São projetos para concessão de medalhas, títulos de cidadão paulistano, datas comemorativas diversas, batismo de ruas, praças, avenidas, escolas e outros espaços públicos. O relatório diz que "Mais grave do que a elevada proporção dos projetos irrelevantes foi a taxa de sucesso na promulgação desse tipo de proposição". Dos 1.202 "projetos irrelevantes para a coletividade", 686 (ou 57,1%) foram aprovados. Na outra ponta da linha, dos 1.819 projetos que tratavam de temas que podem provocar impacto na administração da metrópole, segundo conceito da ONG, apenas 206, ou 11,3%, foram promulgados.

"O exame das proposições por vereador revela marcada predileção por assuntos sem importância", afirma Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência.
O raio X divide em 5 títulos os 1.202 projetos dados por insignificantes - batismo de logradouros (646 propostas), homenagens (379), datas comemorativas (147), cidades-irmãs (16) e simbologia (12). "91,4% da atividade não tem efeito sobre a comunidade", diz a ONG.

Agora veja o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), presidente da Câmara acha disso: "Não posso, como presidente da Casa, proibir que um vereador apresente projetos. É regimental. Cada vereador pode, por exemplo, propor oito títulos por mandato. Não posso impedir, eu estaria violando o regimento." Rodrigues, que concorre ao terceiro mandato consecutivo, refuta o termo "irrelevante" adotado pela Transparência para classificar projetos que dão nomes a praças e ruas. "É uma injustiça. Não se trata de homenagear ninguém. Eu tenho voto num reduto muito pobre, em Campo Limpo e Capão Redondo. As pessoas têm vergonha de dizer que moram em rua sem nome. Quando você dá nome para a rua, o morador passa a ter dignidade. Essas ONGs consideram isso coisa banal, mas é procedimento muito importante, de impacto social. Você não pode medir um vereador pelo número de projetos. Tancredo Neves e Ulysses Guimarães praticamente não tinham projetos. Não quer dizer que não foram bons parlamentares."

Com certeza dar nome a rua sem nome é muito mais importante do que apresentar projetos de interesse para o povo.

O pior de tudo é saber a quantia que eles nos custam para não servirem... Se não me engano R$ 300 Milhões é dinheiro suficiente para construir e equipar um pequeno hospital, acho que seria muito mais interessante construir o hospital na rua sem nome do que dar nome a ela!